Pesquisando História no Rio de Janeiro
Este blog compartilha a pesquisa de História na cidade do Rio de Janeiro.
Pesquisar este blog
sábado, 16 de maio de 2020
terça-feira, 18 de dezembro de 2018
Praça do Comércio
Figura 1 1856. Praça do Comércio com Rua Direita.
Fonte:
P. G. Bertichem, Lithographia Imperial de Eduardo Rensburg, Rio de Janeiro.
Olho o velho
edifício amarelado ao final da Avenida Presidente Vargas e lembro que ali,
freguesia da Candelária no período colonial brasileiro, está uma obra do
arquiteto Grandjean de Montigny (1776-1850), integrante da Missão Artística
convocada por D. João: o edifício da Real Junta de Comércio, Agricultura,
Fábricas e Navegação, na antiga Praça de Comércio. Segundo descrição da época, a arquitetura mostrava: na parte superior as armas dos três reinos, em
baixo-relevo, sustentadas por dragões, e nos quatro ângulos figuras sentadas
representando as quatro partes do mundo. No interior, um salão em forma de
cruz, cercado de colunas da ordem dóricas, formavam uma galeria em roda. O teto
arqueado, parecendo abóbada, possuía, no centro, uma claraboia. Nos arcos que a
sustentavam, o dístico J. VI e as armas do Reino Unido a Portugal e Algarves
deixavam à vista os ornatos e colunas. Ao lado do mar, uma escada, que um dia
chegou ao antigo cais. O edifício esteve encravado entre os armazéns da
alfândega e, provavelmente, ali se sentia os cheiros que envolviam o cais: o do
fumo guardado, o cheiro das sacas de café, do suor de trabalhadores livres e
dos escravos que chegavam aos montes, vivos ou mortos. Era uma bela construção
e pelos desenhos de Grandjean de Montgny, do acervo do Museu Nacional de Belas
Artes, se percebe um vestíbulo
ornado com grades em fer forgè , três
portas de verga curva na frontaria e 24 colunas dóricas. Também o desenho mostra uma claraboia central onde se permite
contemplar o céu.
A Praça do
Comércio, onde estava o prédio da Real Junta de Comércio, reunia os negociantes
do período colonial. Era ali, junto aos trapiches de armazenamento das
mercadorias que saiam para exportação e entravam, pela importação, que se
juntavam mercadorias e escravos – tratados por peças, como se mercadoria fossem
– em um amarfanhado de gente rica,
impecavelmente vestida, os negociantes e compradores; os escravos da estiva na
labuta e os escravos recém-chegados que se misturavam junto ao mar. Ali circulava
o dinheiro que transformava traficantes de escravos em nobres ou em respeitados
senhores com lícitas atividades.
A Praça do Comércio da Corte, desde D. João, que a visitava sempre e ali era aclamado pela abertura dos portos, tinha grande
influência sobre as atividades na Corte. Dali saía o dinheiro para remodelar a
cidade e tornar lícitas, a partir de 1831, as atividades ilícitas dos homens que traficavam vidas.
Em 1821, uma revolta popular dali partiu, reivindicando do rei, que se preparava para
retornar a Lisboa, uma constituição liberal. A sangrenta revolta levou ao fechamento da “Praça” até 1824, quando foi
transformada em Alfândega e o prédio foi modificado por questões de segurança.
Lembranças da
história do Rio que poucos conhecem!
Para saber mais:
ALBUQUERQUE, Aline Emanuelle De
Biase. De “Angelo dos retalhos” a Visconde de Loures: a trajetória de um traficante
de escravos (1818-1858) . Dissertação (Mestrado em História) Universidade
Federal de Pernambuco, 2016.
ANDRADE, Leandro Braga de. Negociantes
regionais e mercado interno: uma análise da praça comercial de Ouro Preto,
Minas Gerais, no século XIX. Anais. XV
Encontro Regional da ANPUH-Rio. Rio de Janeiro: ANPUH, UNIRIO, 2010
FRAGOSO, João Luis Ribeiro. Homens de Grossa Aventura: acumulação e
hierarquia na praça mercantil do Rio de Janeiro (1790-1830). Rio de Janeiro:
Arquivo Nacional. 1992.
FUNDAÇÃO CALOUSTE GOULBEKIAN. Patrimônio
de Influência Portuguesa. PESSÔA, José Simões Belmont. Praça
do Comércio do Rio de Janeiro. Disponível em http://www.hpip.org/def/pt/Homepage/Obra?a=861
Acesso 10/12/2018
quarta-feira, 14 de junho de 2017
As antigas ruas do Rio
Beco
do Guindaste
Os jesuítas, para fazer as obras
de construção do colégio, ergueram um guindaste para carregar as pedras neste
espaço, que recebeu do povo o nome de beco (ou travessa) do Guindaste, Conta
Berger (1974) que, em 1783 para Travessa Doutor Costa Velho homenageando o
intendente municipal Dr. José Mariano da Costa Velho (p.46)
Eu amo a rua [...] A rua nasce, como o homem, do soluço, do
espasmo. Há suor humano na argamassa do seu calçamento. Cada casa que se ergue
é feita do esforço exaustivo de muitos seres, e haveis de ter visto pedreiros e
canteiros, ao erguer as pedras para as frontarias, cantarem, cobertos de suor, uma
melopéia tão triste que pelo ar parece um arquejante soluço.[...] A rua é a
eterna imagem da ingenuidade. Comete crimes, desvaria à noite, treme com a
febre dos delírios, para ela como para as crianças a aurora é sempre formosa,
para ela não há o despertar triste, quando o sol desponta e ela abre os olhos
esquecida das próprias ações, é, no encanto da vida renovada, no chilrear do
passaredo, no embalo nostálgico dos pregões — tão modesta, tão lavada, tão
risonha, que parece papaguearcom o céu e com os anjos...(JOÃO DO RIO,1908)
Em tempos que os
habitantes de nossa cidade não mais têm voz audível e perdem a cidade em que
nasceram ou vivem para o descalabro da administração municipal e estadual, para
a violência que torna nossas belas e antigas ruas impossíveis de flanar com o
fazia João do Rio, lembro de antigos tempos de ruas que não chegamos a conhecer
com nomes poéticos, escolhidos pelo povo.
As ruas do Rio,
na época da colônia, recebiam o nome de seu morador mais ilustre, ou de quem
ali exercia seu ofício, ou ainda da igreja, ou outro prédio, que a diferenciasse,
ou de algo que a pudesse caracterizar das demais. Desse modo tivemos (e algumas
dessas ruas ainda existem): a Ladeira da Misericórdia, a rua do Ouvidor, o Beco
dos Barbeiros ( que liga a Rua Primeiro de Março à Rua
do Carmo), a rua dos Açougues do Frade Bento, rua da Botica de São Bento, a rua
da Valinha, Travessa de Santa Rita, Travessa Aguiar (aberta em terras de João Antônio
Pereira de Aguiar), .
No Império, foi
o Senado da Câmara, posteriormente transformado em Câmara Municipal, a
instituição responsável por nomear os logradouros da cidade que crescia. Com o
regime republicano de 1889, passa o Conselho da Intendência Municipal a ter tal
atribuição, depois substituída pela Câmara de Vereadores, que mantém a
atribuição até hoje. Desde sempre, no entanto, existe a mudança de nomes, de um
para outro, sem razão, ou com razão específica. Assim, conta a memória coletiva
da cidade que se o nome “não pegasse”, o que na linguagem popular significava
ser de uso difícil ou inapropriado, a nomeação não era aceita e o nome trocava.
Lembra Brasil Gerson (1965) que Artur
Neiva[1],
ao conversar com um australiano sobre o Brasil, sobre a diferença havida entre
o falar e o escrever, disse-lhe:
“- Pois no Rio de Janeiro o nome da rua
principal, escrito nas placas, é Moreira César: aqui está nos meu apontamentos.
Mas para todos os brasileiros a sua pronúncia é Rua do Ouvidor...” (p.49)
Beco
de João Batista
Entre as ruas dos Andradas,
Teófilo Ottoni e Larga de São Joaquim, na “ilha seca”, que era um trecho antes
dos alagados da rua do Ouvires. O nome homenageia o médico francês João Batista
[ que provavelmente era Jean Baptiste] Darrrigue, introdutor da cultura do anis
no Rio de Janeiro, que ali residia (BERGER, 1974, p. 71).
Historiadores
que voltaram seu estudo a essa temática dos nomes das ruas do Rio, como Vieira
Fazenda (1921)[2],
Brasil Gerson (1965)[3], Berger
(1974)[4], e
outros, oferecem um panorama nostálgico dessas ruas que acreditava João do Rio,
nosso cronista maior, tinham “alma encantadora”.
Embarcando na
onda nostálgica de João do Rio, relembro alguns logradouros de que,
possivelmente, a maioria dos cariocas nascidos aqui, ou morando aqui (e logo
adotados por essa cidade acolhedora) nunca ouviu falar.
RUA
DOS AÇOUGUES DO FRADE BENTO – Estudada por Vieira
Fazenda (1921) que comenta que o logradouro recebeu a denominação entre
1682-1685 quando para ali foi transferido o Açougue do Frei Bernardo de São
Bento. Sua extensão ia da “primeira cerca do Mosteiro ao fim da Rua dos
Quartéis, ao lado do riacho da horta”. Foi aberta em 1615, pelo Abade Frei
Bernardino de Oliveira, no terreno do Mosteiro de São Bento. Com a construção
de quartéis ao pé do morro de São Bento, recebeu o nome de rua dos Quartéis ou
rua dos Quartéis da Armada.
BECO
DOS BARBEIROS – Foi aberta em 1755 quando se
iniciou a construção da Igreja de Nossa Senhora do Carmo. Logo ali passaram a
concentrarem-se os negros barbeiros ambulantes que tinham por ofício barbear,
sangrar e cuidar dos dentes. Faziam parte os barbeiros de organizada corporação
que tinha até uma banda de música. Conta Berger (1974) que instavam-se em
barracas nas proximidades do Largo do Palácio e depois juntaram-se no Beco que
recebeu o nome do ofício que desempenhavam. De 1938 a 1946 recebeu a
denominação de Travessa dos Barbeiros. O nome de Travessa Onze de Agosto foi
dado pelo Decreto 845 de 1 de janeiro de 1946, evocativo 1827, quando
instituíam os cursos jurídicos no Brasil. Somente em 1965, na gestão do
Governador Carlos Lacerda, retoma o nome original, que ainda mantém atualmente,
de Beco dos Barbeiros.
LADEIRA
DA MISERICÓRDIA – Começava no Largo da Misericórdia
e terminava na rua do Castelo e Ladeira do Castelo. Foi aberta em início do
século XVII e ligava o Morro do Castelo à planície. Caminho íngreme já existia
no século anterior. O vice-rei Conde da Cunha[5]
abriu a ladeira junto à Igreja da Misericórdia que foi denominada, a princípio,
de Calçada da Sé porque por ali também se chegava a Igreja de São Sebastião. O
nome que o povo adotou e que hoje persiste em pequeno trecho preservado foi
Ladeira da Misericórdia.
RUA
DA VALINHA – Ligação primitiva entre a Rua da
Prainha (atual Praça Mauá) e Rua dos Pescadores (atual rua Camerinos), existia em
terreno do Mosteiro de São Bento. Antigo trecho entre a rua dos Ourives (atual Miguel
Couto) e rua da Imperatriz (atual Camerino) foi chamado Rua da Valinha porque
ali existia uma pequena vala por onde escoavam as águas das chácaras ali
existentes. Veio a ser incorporada à antiga rua da Prainha, que muda de nome em
1903 para lembrar o Tratado de Petrópolisque anexou o Acre.
[1] Nasceu em Salvador, em
1880. Estudou na Faculdade de Medicina da Bahia e concluiu os estudos no Rio de Janeiro, em 1903. Participou de
campanhas de profilaxia da malária e em 1912 realizou viagem científica,
percorrendo diversos estados brasileiros. Em abril de 1914, passa a trabalhar
na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Foi diretor do Museu Nacional do
Rio de Janeiro de 1923 a 1927, e no ano seguinte tornou-se
diretor-superintendente do Instituto Biológico do Estado de São Paulo. Em 1931 foi
nomeado por Vargas interventor federal na Bahia. Criou o Instituto do Cacau. Elegeu-se
deputado federal constituinte na legenda do Partido Social Democrático (PSD) da
Bahia. No ano seguinte renovou o mandato na Câmara e o exerceu até novembro de
1937.Cientista reconhecido internacionalmente, foi membro de entidades
científicas no Brasil, na Argentina e nos Estados Unidos. Morreu no Rio de
Janeiro em 1943.
[2] Ver FAZENDA, José Vieira.
Antiqualhas e Memórias do Rio de Janeiro. Revista do Instituto Histórico e
Geográfico Brasileiro. Tomo 86 vol. 140. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1921
[3] GERSON, BRASIL. História
das Ruas do Rio. Coleção Cidade do Rio de Janeiro, nº 9. Rio de Janeiro: Prefeitura
do Distrito Federal/ Secretaria Geral de Educação e Cultura, s/d.
[4] BERGER, Paulo. Dicionário
Histórico das Ruas do Rio de Janeiro (I e II Regiões Administrativas, Centro).
Rio de Janeiro: Gráfica Olímpica Ed. Ltda., 1974
[5] Para saber mais sobre o Vice-
rei Conde da Cunha ver GONÇALVES, Isabela Gomes. A Sombra e a Penumbra: o
vice-reinado do Conde da Cunha e as relações entre o centro e a periferia no
Império Português (1763-1767). Dissertação (Mestrado em História). Universidade
Federal Fluminense (UFF), 2010
quarta-feira, 8 de março de 2017
De mulher para mulher
Nísia Floresta (escritora, editora) |
Hilária Batista de Almeida (Tia Ciata) Iyakekerê, cozinheira |
Esther Pedreira de Mello (Inspetora Escolar) |
Cecília Moncorvo Filho (Crysanthème) Jornalista |
Cecília Meireles (Escritora, Jornalista) |
Chiquinha Gonzaga (compositora) |
Clementina de Jesus (compositora e cantora) |
Dilma Rouseff (presidente do Brasil) |
Clarice Lispector e Carolina de Jesus (escritoras) |
Dandara dos Palmares (guerreira quilombola) |
A mulher, como essas mulheres das fotos, não pede licença para ir
onde quer ou fazer o que quiser, não pede desculpas por ser mulher, não se diz
inferior a ninguém e já há muito ocupa o lugar de provedora de sua família. A mulher
sabe que ninguém a valora, a não ser ela mesma. Mas essa mulher que somos hoje não
surgiu agora, não se fez de geração espontânea, não brotou de inteligência
masculina. A mulher de hoje foi forjada nas muitas mulheres do mundo e de suas lutas
para conseguir ser mulher. Ela saiu dos quartos e cozinhas das casas coloniais
onde servia ao seu senhor para adentrar as salas e chegar às ruas, ocupar
espaços públicos e privados, chefiar economicamente sua casa, trabalhar em
qualquer profissão que escolha e ser, simplesmente mulher. O gênero feminino abandonou
a ideia de que mulher é útero e passou a mostrar-se a si, e aos homens, como
gênero diferenciado, com útero. Porque ser mãe ou não ser, é escolha feminina,
ainda que os homens queiram legislar sobre esse corpo que não têm. A mulher é indelevelmente
marcada pelo aprisionamento sofrido ao longo do tempo nos cantos escuros e
empoeirados da História humana; pelo aviltamento do jugo masculino que a via
objeto servil de cama e mesa; pelo inconcebível descaso que sofreu, e sofre, no
deboche, na pancada, na morte. A mulher tem sua História escrita com sangue e
lágrimas no corpo e na alma, cicatrizes de gritos, sussurros e discursos de
rebeliões, de embates, de silenciamentos que lembram, sempre, que há nela a
garra e a força urdida em vários avanços e recuos para ser, apenas, mulher.
Hoje comemoramos a nós e nossa
luta diária para sermos tudo o que quisermos, quando quisermos, e com quem
quisermos, porque dia da mulher é todo dia, sempre na batalha de recriar-se em
um mundo feito por, e para, homens.
quarta-feira, 1 de março de 2017
Meu Rio de 452 anos.
Cristo
Redentor, “braços abertos sobre a Guanabara”, liberta minha linda cidade dos
grilhões que a impedem de ser maravilhosa como sempre foi!
Liberta
minha cidade da violência que assola suas ruas, becos e praias da violência que
impede que possamos vivê-la intensamente!
Salva-nos
de gente que não respeita suas tradições, seu jeito irreverente de ser, seu
acolhimento a qualquer um que aqui pise!
Deixa
que vivamos, de novo, nosso estádio símbolo, o Maracanã, nos jogos de domingo a
colorir de gente e bandeiras as ruas, os papos de botequim, tornando visível o
espírito alegre e feliz, o jeito carioca de ser!
Permite
que entremos novamente pela Floresta da Tijuca, a maior floresta urbana do
mundo, sem medo, a admirar de suas trilhas nosso Rio lindo, e penetrar nos seus
caminhos de árvores, bichos, cascatas para respirar o ar fresco que dali sai
para uma cidade quente!
Consente
que, do alto da Ladeira da Misericórdia, possamos revisitar sua história, sua
luta, sua formação de tanta gente misturada, vinda de tantos lugares, que fez
dessa cidade o que ela é!
Aceita
que, junto ao seu marco português, guardado e exposto na Igreja dos
Capuchinhos, se louve essa minha cidade
em qualquer rito que se queira, a partir da religião que se escolheu, sem ódios
e repartições!
Acolhe
a todos que queiram ver, sentir e viver nossa vida carioca como sempre foi, sem
discriminar, sem julgar, permitindo que a convivência nos enriqueça a todos!
Cuida
de nós, seus habitantes, nos morros que circundam nossa cidade e onde, na “porta
do barraco sem trinco, a lua fura o nosso zinco e salpica de estrelas o chão”!
Deixa
que possamos, descansar em nossas “praias
tão lindas cheias de luz, [porque] nenhuma tem o encanto que tu possuis, [com]
tuas areias, teu céu tão lindo [e] tuas sereias sempre sorrindo”, sem que um
arrastão nos perturbe ou que a sujeira nos adoeça!
Traz
de volta seus compositores e pintores que espalharam pelo mundo a beleza de
nossa mulata “bossa nova que caiu no Hully Gully”, que no Rio sempre foi a designação
da miscigenação de brancos e negros, que encantou Sargentelli, que inspirou Di
Cavalcanti e que sempre foi sinônimo de formas generosas e perfeitas que, como
as montanhas que nos cercam, são símbolos de sua formosura!
Tira-nos
da ditadura do “politicamente perfeito” que no Rio não somos perfeitos, somos
gente espontânea que compra quinquilharias na Praça XV ou na Rua do Lavradio
para lembrar dos tempos da Tia Ciata, “ da Praça Onze tão querida, do Carnaval
a própria vida”, e onde nosso samba maxixado nascia nos terreiros dos quintais!
Deixa-nos
viver nossas feiras para ouvir a cantoria dos feirantes “vem maluco, vem madame,
vem maurício, vem atriz, pra comprar comigo” que são memórias da carne vendida
na esquina, do peixeiro que visitava as casas e do leite direito da vaca que a
modernidade nos roubou!
Toma
conta de nós porque até quem governa essa cidade hoje não respeita suas
tradições e jeito de ser!
Liberta nossa
vida de tanto preconceito, “cuidado exagerado” e falta de senso porque “minha
alma canta [quando] vejo o Rio de Janeiro[...] teu mar, praias sem fim”!
Por
hoje, benção meu pai, feliz, apesar de tanta tristeza, aniversário!
Assinar:
Postagens (Atom)