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Nísia Floresta (escritora, editora) |
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Hilária Batista de Almeida (Tia Ciata) Iyakekerê, cozinheira
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Esther Pedreira de Mello (Inspetora Escolar) |
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Cecília Moncorvo Filho (Crysanthème) Jornalista |
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Cecília Meireles (Escritora, Jornalista) |
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Chiquinha Gonzaga (compositora) |
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Clementina de Jesus (compositora e cantora) |
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Dilma Rouseff (presidente do Brasil) |
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Clarice Lispector e Carolina de Jesus (escritoras) |
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Dandara dos Palmares (guerreira quilombola) |
A mulher, como essas mulheres das fotos, não pede licença para ir
onde quer ou fazer o que quiser, não pede desculpas por ser mulher, não se diz
inferior a ninguém e já há muito ocupa o lugar de provedora de sua família. A mulher
sabe que ninguém a valora, a não ser ela mesma. Mas essa mulher que somos hoje não
surgiu agora, não se fez de geração espontânea, não brotou de inteligência
masculina. A mulher de hoje foi forjada nas muitas mulheres do mundo e de suas lutas
para conseguir ser mulher. Ela saiu dos quartos e cozinhas das casas coloniais
onde servia ao seu senhor para adentrar as salas e chegar às ruas, ocupar
espaços públicos e privados, chefiar economicamente sua casa, trabalhar em
qualquer profissão que escolha e ser, simplesmente mulher. O gênero feminino abandonou
a ideia de que mulher é útero e passou a mostrar-se a si, e aos homens, como
gênero diferenciado, com útero. Porque ser mãe ou não ser, é escolha feminina,
ainda que os homens queiram legislar sobre esse corpo que não têm. A mulher é indelevelmente
marcada pelo aprisionamento sofrido ao longo do tempo nos cantos escuros e
empoeirados da História humana; pelo aviltamento do jugo masculino que a via
objeto servil de cama e mesa; pelo inconcebível descaso que sofreu, e sofre, no
deboche, na pancada, na morte. A mulher tem sua História escrita com sangue e
lágrimas no corpo e na alma, cicatrizes de gritos, sussurros e discursos de
rebeliões, de embates, de silenciamentos que lembram, sempre, que há nela a
garra e a força urdida em vários avanços e recuos para ser, apenas, mulher.
Hoje comemoramos a nós e nossa
luta diária para sermos tudo o que quisermos, quando quisermos, e com quem
quisermos, porque dia da mulher é todo dia, sempre na batalha de recriar-se em
um mundo feito por, e para, homens.
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