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sábado, 31 de março de 2012

Uma mulher do século XX




Dia 12 de abril, às 18 horas, no Palácio Pedro Ernesto, a Professora Drª Lia Faria receberá, das mãos do Vereador Leonel Brizola Neto, a medalha Pedro Ernesto, pelo reconhecimento das atividades realizadas, pela homenageada, na área de Educação.
Não é o primeiro reconhecimento do trabalho de Lia, sequer sua primeira medalha: em  2003, recebeu a Menção Honrosa da Faculdade da Região dos Lagos; a Medalha Tiradentes, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro; em 2001, a     Moção de Aplausos e Congratulações do  Centro de Apoio à Mulher , do Grupo de Integração Social de Trajano de Moraes; em 2000, Moção de Aplausos e Agradecimento,  da Câmara Municipal de Natividade, RJ; a Moção de Congratulações, Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro; a Medalha Mérito Dom João VI,  da Policia Militar do Estado do Rio de Janeiro; o título de      Cidadão Honorário,  da Câmara Municipal de Bom Jardim, RJ; a Medalha de Honra ao Mérito - Dia das Mães,  da Câmara Municipal do Rio de Janeiro.; o Título de Cidadania Bom-Jardinense,  da Câmara Municipal de Bom Jardim; a Indicação para a composição da Câmara Nacional de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, UNDIME / Conselho Estadual de Educação; o Título de Personalidade Educacional 2000, da Associação Brasileira de Educação, da Associação Brasileira de Imprensa e da Folha Dirigida; o Grau de Grande Oficial da Ordem do Mérito Policial Militar, Governo do Estado do Rio de Janeiro; em 1999, a Moção de Parabéns, da  Câmara Municipal de Porciúncula, RJ;  a            Moção de Congratulações e Aplausos, Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro; o Prêmio Cidadania, da Associação Beneficente Rio Criança Cidadã – ABRCC; a Moção de Agradecimento,  da Câmara Municipal de Porciúncula; o Prêmio de Mulher Destaque, PDT - Movimento Estadual de Mulheres – RJ; a      Medalha Mérito Avante Bombeiro, Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro; em 1998, a Medalha Legislativa Municipal do Mérito Dr. José Clemente Pereira, da Câmara Municipal de Niterói; o Título de Honra ao Mérito, da  G.R.E.S. Mocidade Unida de Jacarepaguá; o Título de Conselheira Honorária,  do Conselho Municipal de Educação de Niterói; a Homenagem pelo Dia da Mulher Brasileira,  da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Rio de Janeiro; em 1997, o Título de Cidadã Friburguense,  da Câmara Municipal de Nova Friburgo; o Voto de Louvor,  da Câmara Municipal de Nova Friburgo, RJ; a Moção de Apoio, Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Rio de Janeiro; em 1996, o Diploma de Agradecimento,  da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra; a Moção de Congratulações, da Câmara Municipal de Niterói; em 1994, a Moção de Aplausos e Congratulações, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro; em 1991, o Prêmio de Publicação,  do XI Concurso Raymundo Correa de Poesia; a Moção de Aplausos, da Câmara Municipal de Niterói; o Título de Delegada da União Internacional Socialista de Educação,  da União Internacional Socialista de Educação; em 1990, a Homenagem pelos relevantes serviços prestados,  da Prefeitura Municipal de Volta Redonda; em 1986, o Título de Cidadã Gonçalense,  da Câmara Municipal de São Gonçalo; em 1985, a Moção de Aplausos, da Câmara Municipal de São Gonçalo.
Todos as homenagens fizeram jus a educadora, a política, a mãe, a esposa Lia. Queria conversar sobre outra Lia. A Lia mulher do século XX.
Ao defender minha dissertação de Mestrado tive a honra de tê-la, e conhecê-la, como parte de minha banca de avaliação. Recebi dela um livro, sobre seus estudos sobre a mulher, prefaciado pelo saudoso antropólogo brasileiro, Darcy Ribeiro, com quem ela trabalhou 16 anos. Este prefácio, impregnado da Lia mulher, o que se complementa na sua narrativa, invoca memórias que, por coletivas, são também minhas e daí minha imediata identificação.
Lia não é, decididamente uma mulher comum. Não por ser culta. Não por ser muito simples. Não por ter um discurso coerente que envolve a plateia, sem que esta se aperceba pelas muitas identificações que provoca, exatamente como sua narrativa escrita fez comigo.
A pessoa de Lia é, por ela mesma, uma fuga dos estereótipos das representações  dos cargos que assumiu ao longo de sua vida. Lembro que, no aeroporto de Vitória, junto com Roberto, o amor que escolheu para amar junto e partilhar a vida, ela pegou de minhas mãos uma pesada sacola de livros que eu, ali numa cadeira de rodas, cismava em trazer para o Rio. Ali, era a Diretora da Faculdade de Educação da UERJ, a carregar os livros que a aluna do Mestrado comprara no Congresso. Outra: todas as quintas-feiras, senta-se, numa sala de aula, Lia, junto aos alunos do Mestrado e Doutorado da UERJ, inclusive  de sua próprias orientandas, a aprender, como nós, com o Professor Dr. Joaquim Pintassilgo, da Universidade de Lisboa (atualmente professor visitante da UERJ), sobre a formação docente portuguesa. É a Lia aluna que lembra a hora do café, que troca experiências com os demais alunos e, até encara, com a alegria, as brincadeiras que todos, inclusive ela mesma, fazem.
Tudo isso não foi para dizer que Lia é merecedora da Medalha Pedro Ernesto porque tem dedicado sua vida à Educação. Foi para instigar você, que não conhece Lia Faria, mas está no centro da cidade no dia 12 de abril, a ouvir e conhecer uma mulher do século XX, que encarou a vida, como todas as demais de seu tempo, para dar a mulher a posição, no tecido social, que hoje ocupa.
Por que foi assim o movimento feminista no Brasil. Não teve ato fundador, até porque  mulheres educadoras protestavam e se posicionavam, no início do oitocentos. Não foi a mulher a ou b, porque viajou – porque tinha condições de fazê-lo – para outros países para lutar, melhor dizendo discursar, sobre a emancipação feminina. Mas, esta história é outra, que estudo e gosto de discutir... Quero falar sobre Lia.
Tudo isso é para instigar a ver e ouvir uma mulher, educadora, política, simples, alegre. Venha ouvir e ver Lia Faria, o exemplo de uma mulher do século XX.
Ah, para não perder o caminho da História, bonito ver o neto de Brizola entregar a Lia Faria, uma mulher do PDT( criado bravamente pelo avô), a Medalha Pedro Ernesto[1], a mais importante comenda do município do Rio de Janeiro (criada em 1980), concedida pela Câmara Municipal, após aprovação em Plenário, às personalidades que mais se destacaram na sociedade brasileira em suas respectivas áreas de atuação!



[1] Pedro Ernesto Baptista foi um político brasileiro, prefeito da cidade do Rio de Janeiro, então Distrito Federal, por dois períodos, entre 30 de setembro de 1931 e 2 de outubro de 1934 e entre 7 de abril de 1935 e 4 de abril de 1936.Considerado um dos maiores benfeitores das Escolas de Samba.Chegou a ser cotado para a Presidência da República, antes de ser preso, sob acusação de ser comunista. A Câmara de Vereadores da cidade do Rio de Janeiro instituiu uma medalha com seu nome. Também levam o nome do prefeito o hospital universitário da UERJ e uma rua, no bairro carioca da Gamboa. Em 2009, sua memória foi lembrada no desfile da Escola de Samba Unidos de Cosmos.

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