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domingo, 20 de janeiro de 2013

São Sebastião do Rio de Janeiro

Vista da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro
Acervo da Biblioteca Nacional brasileira


Em 1º de março de 1565, ao ser fundada por Estácio de Sá, a cidade recebeu a denominação de São Sebastião do Rio de Janeiro em homenagem a D. Sebastião I (1554-1578), rei de Portugal, dotado de grande fervor religioso e militar. Sua morte em Alcácer-Quibir, em 1578, originou, tempos depois, o Sebastianismo.
O Sebastianismo foi um movimento místico que ocorreu em Portugal, na segunda metade do século XVI, pois o povo não acreditava na morte do rei, divulgando a lenda de que ele ainda se encontrava vivo, apenas esperando o momento certo para voltar ao trono e afastar o domínio estrangeiro.
Como São Sebastião tornou-se padroeiro da cidade do Rio de Janeiro?

Procissão de São Sebastião
Em 1 de novembro de 1555, os franceses, liderados por Nicolas Durand de Villegagnon[1], apossaram-se da Baía da Guanabara, estabelecendo uma colônia na ilha de Sergipe (atual ilha de Villegagnon) onde ergueram o Forte Coligny. Os aliados dos franceses eram os índios Tupinambás[2]. Os portugueses, que detinham a posse da terra, pelo Tratado de Tordesilhas[3], se aliaram a um grupo indígena rival dos Tupinambás, os Temiminós[4]. Houve diversas lutas entre franceses e Tupinambás e portugueses e Temiminós. Em 1567 os portugueses e seu aliados, os índios Temiminós, destruíram a colônia francesa.
Segundo lenda difundida oralmente, São Sebastião foi visto de espada na mão entre os portugueses, mamelucos e índios Temiminós, lutando contra os franceses calvinistas e indígenas Tupinambás, durante a batalha final que expulsou os franceses que ocupavam o Rio. O dia da batalha foi a 20 de janeiro, mesmo dia em que São Sebastião é celebrado como protetor da Humanidade contra a fome, a peste e a guerra.
            Atualmente o povo do Rio de Janeiro tem por seu padroeiro São Sebastião e comemora, com missas e procissões a data que chega a ser confundida com a da criação da cidade em 1º de março.



            A estátua de São Sebastião foi criada por Dante Croce, Curzio Zane e Arnaldo Valilo. Mede 7 metros de altura e pesa 60 toneladas. Está depositada numa circunferência de 20 metros, nas imediações do local em que “ a 20 de janeiro de 1567, o Santo apareceu aos portugueses e ajudou Estácio de Sá a vencer a Batalha das Canoas”. São Sebastião foi entronizado na cidade do Rio de Janeiro 398 anos depois de sua “aparição”, no Largo do Russel, por ocasião dos festejos do 4º centenário da cidade do Rio de Janeiro.
  
Fontes
 BUENO, E. Brasil: uma história. 2ª edição revista. São Paulo. Ática. 2003.
 ______ Capitães do Brasil: a saga dos primeiros colonizadores. Rio de Janeiro. Objetiva. 1999.
CALMON, Pedro. História do Brasil - Primeiro volume. Rio de Janeiro:Ed. José Olympio, 1959
CARVALHO, Carlos Delgado de (1884-1989). História diplomática do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1998
CAVALCANTE, Fátima Xavier. Tour pelas ruas e estátuas. 2011.Disponível em  http://www.slideshare.net/fatimadeluzie/tour-pelas-ruas-e-esttuas Acesso em 19/01/2013
STADEN, H. Duas viagens ao Brasil: primeiros registros sobre o Brasil. (trad. Angel Bojadsen). Porto Alegre, Rio Grande do Sul: L&PM. 2010.



[1]Nicolas Durand de Villegagnon (1510 –1571) foi um cavaleiro da Ordem de Malta e diplomata que, como oficial naval, alcançou a distinção e título de Vice-almirante da Bretanha. Notabilizou-se, entre outros feitos, pela fundação de um estabelecimento colonial na costa do Brasil, a França Antártica, combatida e erradicada por forças portuguesas.
[2] Tribo indígena tupi que, até o século XVI, habitava duas regiões da costa brasileira: a primeira, desde a margem direita do Rio São Francisco até o Recôncavo Baiano; a segunda, o litoral sul do atual Estado do Rio de Janeiro e o litoral norte do atual Estado de São Paulo. Este segundo grupo, habitante do litorial do Rio de Janeiro, também era chamado de Tamoio.
[3] Celebrado entre Portugal e Espanha, em 1494, dividindo o mundo descoberto e a descobrir entre as duas potências marítimas
[4] Tribo indígena de língua tupi que habitou o litoral da Região Sudeste do Brasil(século XVI). Inimiga dos tupinambás ainda que possuíssem traços culturais em comum com outras tribos tupis: língua, crenças e costumes. 




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