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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Biblioteca Mundial Digital: o casamento da Princesa Isabel

Foto: Coleção Thereza Christina

Quando passamos no Paço Imperial, na Praça XV não imaginamos aquela praça em dia de festa para o casamento da Princesa Isabel e do Conde d'Eu. Tantos lugares lindos e históricos, no Rio de Janeiro, e os passos apressados desviam nossa visão.

Minha amiga Regina Vidal, sabedora de meus interesses, mandou-me um site da Biblioteca Mundial Digital, que já conhecia, está nos meus sites favoritos. Entrei novamente e me deparei com o casamento.

A foto é linda. Mostra a realeza em dia de festa. 

Além dessa foto, outras da coleção Thereza Christina Maria, com mais de 21.000 fotos, representam o Brasil na biblioteca.

A biblioteca é um elemento transformador do processo de apropriação da cultura e isso, no meio digital, permite que essa apropriação se dê para um número cada vez maior de pesssoas, em diferentes partes do planeta Terra, o que socializa a informação impedindo a elitização prejudicial que, por vezes, sentimos.

Se estiver interessado (a) em dar um passeio, leve sua mente e seus olhos pela coleção Thereza Christina. 
Se tiver tempo, veja o que outros continentes apresentam. 
Você vai gostar: http: //www.wdl.org/pt/

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Geógrafo britânico David Harvey no Brasil


David Harvey  estará noBrasil, a convite da Boitempo Editorial, para realizar as conferências de lançamento do livro "O enigma do capital e as crises do capitalismo".

Serão três dias de eventos em universidades de São Paulo e do Rio de Janeiro: na segunda-feira, dia 27/02, a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) recebe Harvey no Teatro TUCA; na terça-
feira, dia 28/02, é a vez da Universidade de São Paulo (FAU-USP); e na quarta-feira, dia 29/02, o autor marxista se apresenta na Universidade Federal do Rio de Janeiro (IFCS-UFRJ).

Todos os eventos são gratuitos e sem necessidade de inscrição prévia. Nos locais haverá venda dos livros da Boitempo com descontos especiais.

Programação completa

27/02 | Segunda-feira | 19h30 - São Paulo (SP)
 Teatro TUCA da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
 Rua Monte Alegre, 1024 - CEP 05014-001, Perdizes - Tel. (11) 3670-8458
 Com a presença de Leda Paulani (FEA/USP) e João Ildebrando Bocchi (FEA, PUC-SP)

Realização: APROPUC, Núcleo de Estudo de História: Trabalho, Ideologia e Poder (NEHTIPO), Departamento de História da PUC-SP, Faculdade de Ciências Sociais da PUC-SP e Boitempo Editorial
 Apoio: PUC-SP e Teatro TUCA

28/02 | Terça-feira | 18h30 - São Paulo (SP)

Auditório da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (FAU/USP)
 Rua do Lago, 876 - CEP 05508-900, Cidade Universitária - Tel. (11) 3091-4801
Com a presença de Ermínia Maricato (FAU/USP) e Mariana Fix (LabHab)

 Realização: FAU/USP, Laboratório de Habitação e Assentamentos Humanos
da FAU (LabHab), Pós-Graduação FAU/USP e Boitempo Editorial

29/02 | Quarta-feira | 18h - Rio de Janeiro (RJ)

Salão Nobre do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ (IFCS/ UFRJ)
 Largo de São Francisco, 01 – 2º Andar – CEP 20051-070 – Centro
Com a presença de Marco Aurelio Santana (PPGSA-IFCS-UFRJ)

Realização: Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia (PPGSA-IFCS/UFRJ), Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS- UFRJ), Núcleo de Estudos Trabalho e Sociedade (NETS-IFCS/UFRJ) e Boitempo Editorial

O enigma do capital e as crises do capitalismo

Em seu novo livro, O enigma do capital e as crises do capitalismo, David Harvey, o geógrafo acadêmico mais citado do mundo, desnuda as razões para o fracasso da sociedade de “livre mercado”, jogando por terra o argumento de que a crise financeira mundial, que começou em 2008 e está longe de acabar, não tenha precedentes.

“Tento restaurar algum entendimento sobre o que o fluxo do capital representa. Se conseguirmos alcançar uma compreensão melhor das perturbações e da destruição a que agora estamos todos expostos, poderemos começar a saber o que fazer”, afirma o autor. Para tanto, Harvey estuda as condições necessárias para a acumulação do capital e utiliza rigoroso arsenal teórico ao expor o papel fundamental que as crises têm na reprodução do capitalismo e os riscos sistêmicos de longo prazo que o capital representa para a vida no planeta.

Riscos sistêmicos estes, inerentes ao capitalismo de livre mercado, que os economistas não foram capazes de compreender quando a crise estourou e até hoje parecem não ter ideia do que são ou do que fazer com eles. Nem sempre, porém, houve essa cegueira generalizada entre os economistas. Segundo Harvey, nos primeiros anos do capitalismo, economistas políticos de todos os matizes se esforçaram para entender os fluxos do capital, mas nos últimos tempos se afastaram do exercício de compreensão crítica para construir modelos matemáticos sofisticados, investigar planilhas e analisar dados sem fim. Qualquer concepção do caráter sistêmico desses fluxos foi perdida sob um monte de papéis, relatórios e previsões.

Com uma capacidade analítica singular, Harvey dirige-se de forma didática e acessível ao leitor pouco familiarizado com o jargão econômico ou marxista, sem ser simplista. Por meio da construção detalhada de cada conceito, torna a leitura gradativamente mais complexa na medida em que uma maior articulação é necessária para explicar a dinâmica do fluxo do capital, seus caminhos sinuosos e sua estranha lógica de comportamento, tarefa fundamental para explicar as condições em que vivemos atualmente.

Sobre o autor

David Harvey é um dos marxistas mais influentes da atualidade, reconhecido internacionalmente por seu trabalho de vanguarda na análise geográfica das dinâmicas do capital. É professor de antropologia da pós-graduação da Universidade da Cidade de Nova York (The City University of New York – Cuny) na qual leciona desde 2001. Foi também professor de geografia nas universidades Johns Hopkins e Oxford. Seu livro Condição pós-moderna (Loyola, 1992) foi apontado pelo Independent como um dos 50 trabalhos mais importantes de não ficção publicados desde a Segunda Guerra Mundial. Seus livros mais recentes, além de O enigma do capital (Boitempo), são: A Companion to Marx’s Capital (Boitempo, no prelo) e O novo imperialismo (São Paulo, Loyola, 2004).

Fonte: Carta Maior





domingo, 19 de fevereiro de 2012

1889: febre amarela e falta d´água

Chafariz da Pirâmide (Praça XV)

Chafariz doLagarto (Rua Frei Caneca)

Chafariz da Carioca (Escadarias da Igreja de Santo Antonio)



 
Em março de 1889, a cidade do Rio de Janeiro conviveu com um violento surto de febre amarela que matou cerca de duas mil pessoas. Era época de um calor muito grande o que baixou, em níveis críticos, os mananciais de água que abasteciam a cidade. Assim, a falta de saneamento que já existia, aliada à falta d´água fez  um grande estrago à cidade e seus habitantes.

A cidade levou mais de cem dias sob estiagem,  a seca, como diz o Relatório do Ministro do Império de 1888, o que ocasionou inúmeros transtornos à população e matou muita gente.
Os chafarizes, pontos de abastecimento do povo, ficaram secos. Se via gente, muita gente, nos chafarizes do Campo de Sant`Anna, no do Largo do Capim, no do Largo do Mata-Porco, enfim, nos muitos chafarizes que existiam espalhados pela cidade. A todo o momento promoviam-se comícios nos chafarizes exigindo água imediata. Os jornais cobravam do governo imperial as providências. Todo o Rio de Janeiro reclamava.

O governo imperial, por sua vez, tentando resolver os problemas da seca e da febre amarela, editou o Decreto 10.181/89 que disponibilizava, depois de muita discussão dos nobres que compuseram uma comissão especial, um crédito extraordinário de 5.000:000$000 para estabelecer um sistema hospitalar completo de terra e uma reforma no porto, além de obras para o saneamento sistemático e preventivo da capital. Parte destes recursos não ficou no Rio de Janeiro, foi encaminhado às províncias do norte que também sofriam com a falta de água.

A seca continuava. E a febre amarela persistia, como sempre, há muitos anos. O povo não sabia mais o que fazer até que o Engenheiro Francisco de Paula Bicalho, que chefiava a Diretoria de Obras do Novo Abastecimento, deu uma declaração aos jornais informando ter recusado um plano de reforço ao abastecimento de água da cidade que, em 40 dias, resolveria o problema da seca. Todos opinavam. Todos tinham a solução. Todos criticavam.

Nesta imensa confusão, o Diário de Notícias publicou um artigo, assinado pelo Engenheiro Paulo de Frontin, que dizia poder resolver o abastecimento em seis dias. Ninguém acreditou. Seis dias?
Como não havia outra idéia para o problema da seca, o governo imperial disponibilizou verba e contratou o engenheiro  Paulo de Frontin que, imediatamente, começou a trabalhar. Ele construiu logo uma comunicação provisória, através de uma calha de madeira, ligando as cachoeiras de Tinguá, na serra fluminense, à cidade. 

Era por ali que a água passaria.

Em seis dias o Rio de Janeiro tinha água e o povo cantava pela rua “Palmas! Palmas ao Frontin!”
Quanto a febre amarela... bom, esta só se resolveu, nas áreas urbanas, na década de 1930. No Rio de Janeiro, finalmente acabou em 1903, com as providências de Oswaldo Cruz, mas isso já é outra história.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Rua Estácio de Sá (1911)
Percorrer a história da cidade do Rio de Janeiro é, para uma carioca como eu, um pazer e uma alegria. Não vamos nos deter neste blog ao início da cidade, em 1565 nos seus aspectos mais factuais.

Nos interessa dividir aspectos interessantes da história que revelem o cotidiano, as pessoas, o jeito de ser do habitante que, nem sempre nasceu  aqui mas aqui ficou se apaixonando pela cidade.

Não é pretensão deste blog, quem dera!, ser um João do Rio, um Lima Barreto, um Machado de Assis. Todos cronistas desta cidade. Todos historiadores do cotidiano, das alegrias e tristezas por que passou o Rio de Janeiro desde sua fundação.

Interessa trazer e dividir o que pesquisamos sobre o Rio de Janeiro. Não importa se o tema for segurança, educação, políticas... Hoje, todos os temas compõe um mosaico que nos leva a ver, com olhos de interesse, a história da cidade que nos abriga, a todos, cariocas ou não, carinhosamente. 

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Ações Educativas do Museu Nacional

Ontem assisti a defesa da tese de doutoramento em Educação do professor Paulo Rogério Silly, do Colégio Pedro II. 

A tese é uma pesquisa de fôlego sobre as ações educativas do Museu Nacional (1815-1935). A banca foi composta por professores que deram valiosa contribuição a pesquisa e aulas maravilhosas para todos nós - no ateliê de História da Educação da UERJ, local cuidadosamente escolhido por orientador e orientndo para falar da História das insstituições - que assistimos a partir de 14h.

Muito bom rever Clarice Nnes, na banca,com quem sempre aprendo muito. Muito bom rever Alessandra Schuler, também da banca, sempre com o sorriso aberto e um conhecimento enorme sobre o que fala. Legal rever o professor José Gonçalves Gondra, orientador de Paulo, imprimindo no trabalho seu saber sobre o século XIX. A banca contou, dentre outros especialistas, com a Diretora do Museu Nacional.

Foi uma exposição longa, mas extremamente interessante. Como disseram vários integrantes da banca, todos aprendemos com todos. Parabenizo meu amigo Paulo, Gondra e toda a banca.

Mas, depois, na confraternização, tive oportunidade de conhecer Luciano Mendes de Faria Filho. Leio muito seus escritos até por conta de estudarmos, ambos, o mesmo período: o final do XIX e a 1ª República. Fiquei encantada! Um rapaz, por seus escritos o acreditava mais velho, sensível, educado, conversador que dispensou a uma aluna como eu, tempo para saber de minhas pesquisas. Adorei! É tão bom quando podemos trocar experiências! 

Isso também foi possível com Inara (recentemente doutora pela USP/ Universidade do Porto) a quem não via há algum tempo, Inês, companheira de todas horas (doutora pela UERJ, pesquisadora do Arquivo Nacional e editora da Revista Prelúdio do Colégio Pedro II). Pude, também, rever os amigos do grupo de pesquisa do Gondra que estão, sempre, animados e dos quais gosto muito, sempre que me encontro com eles.

Obrigado, Paulo por nos ter proporcionado, a todos, uma tarde/noite produtiva. Você reuniu pessoas interessantes, de diferentes lugares, que trocaram experiências, conversas e muito carinho por você.