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quinta-feira, 30 de maio de 2013

Chá com histórias no Instituto



Estive ontem, no Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro, para participar  da mesa-redonda do "Chá com Histórias", atividade do "Projeto Aprender nas Ruas", coordenado pela professora aria Beatriz Albernaz.

Fiquei feliz ao rever amigos, meus colegas de trabalho por dez anos, especialmente Marta Lacerda, com quem trabalhei ao dirigir o Ensino Médio e no extinto CEMI.

Estive no Centro de Memória e vi o bom trabalho que se está ali realizando com a professora Marlúcia Nery à frente, e com a ajuda voluntária de uma restauradora, arquivistas da UNIRIO e alunos da instituição. Pudemos partilhar, juntas, alguns momentos de aprendizado mútuo, na presença de meus colegas de pós-graduação da UERJ, matriculados na disciplina  "Escola, Memória e Cultura Escrita", ministrada pela profª Drª Ana Crystina Venâncio Mignot, que vieram conhecer o Centro de Memória e o "Chá", como parte da atividade daquela disciplina.

O chá, que estava delicioso, foi compartilhado com Regina Mynssen, ex-aluna e professora aposentada do curso superior. Pude ouvir, e aprender, com os deliciosos relatos de Regina sobre a professora Heloisa Marinho, de quem foi aluna; saber o sentimento dela, uma aluna dos anos 1950, no Instituto; sua experiência com as crianças no Jardim de Infância Bárbara Ottoni....
O tempo, como sempre, correu muito rápido e, apesar de ultrapassarmos o horário previsto, muitas histórias do Instituto ficaram para serem contadas depois.

Obrigada à Direção do ISERJ pelo carinho, através das duas colegas da assessoria, e da presteza e delicadeza de uso do estacionamento e da cadeira.

Meu agradecimento pessoal a Bia pela possibilidade de aprender mais sobre o Instituto. Adorei.

Um carinho especial à Mônica Vallim, que conheço via internet, há alguns anos e que adorei conhecer pessoalmente.

Meu muitíssimo obrigado a todos quantos nos ouviram, em especial e particularmente a Regina, com quem aprendi muito. Sabe, Regina, Elizeu Clementino de Souza, um amigo professor da Universidade Estadual da Bahia, pesquisador da área de História da Educação e presidente da Sociedade [Auto]Biográfica, diz, em seus escritos que a narrativa é uma experiência. Você, na sua narrativa, me fez vivenciar sua experiência. Obrigada pela experiência compartilhada.

domingo, 26 de maio de 2013

Voltando ao tempo de Pereira Passos



Fonte: AGCRJ Bota-abaixo (foto Malta)
A maior característica da reforma urbana de Pereira Passos, prefeito do Distrito Federal no início do século XX, foi continuar a expulsão dos pobres do centro do Rio e da zona portuária. Isso ocorreu pela especulação imobiliária, então, que vendia terrenos a preço de ouro e, ao mesmo tempo, dava por desculpa medidas higienistas e o embelezamento da região central aos visitantes que aqui aportavam, no 2º porto da América do Sul (o primeiro era o da Argentina).

Essa medida de modernidade afastou do centro aqueles que não tinham emprego fixo e que, para trabalhar, tinham empregos obtidos no dia, como transportar algo, varrer, limpar, etc. Essas pessoas, imigrantes e negros, em sua maioria, moravam nos cortiços derrubados a partir de 1893 (derrubada do "Cabeça de Porco", o maior cortiço da cidade) e foram, na medida do "bota-abaixo", se afastando do centro para a Cidade Nova (daí o nome) e para os subúrbios, paralelos a linha do trem. Com eles, as fábricas foram neste percurso se instalando, para absorver a mão-de-obra que não tinha dinheiro para o transporte nos ferro carril (bondes) da cidade.

Por que estou lembrando isso?

Recebi um e-mail de um amigo, professor da Escola Vicente Licínio Cardoso, instalada na região do "Porto Maravilha", designação pós-modernista do mesmo lugar. A ESCOLA ESTÁ SENDO EXTINTA.Por que? Pela mesma (agora mais moderna e tecnológica) especulação imobiliária que, também, quase extinguiu a Escola Friedenreich, no Maracanã e ia derrubar o prédio do antigo Museu do Índio.

Foto divulgação



Há coisas nesta nossa linda cidade que se repetem. São denunciadas (as medidas de Pereira Passos também o fora, nos jornais da cidade) e mesmo assim acontecem e nos entristecem. Como carioca não vou dizer que não quero minha cidade linda, quero sim. Mas não às custas de nossas tradições culturais.
Essa escola, Senhor Prefeito (político carioca)  e Senhora Secretária de Educação (administradora paulista), tem identidade nas tradições africanas e quilombola da região do Porto. Sugiro que se informem, vão ler, vão estudar as nossas tradições, chamem quem entende do assunto. Não ajam apenas ouvindo a especulação imobiliária. Ela é perversa.

Escola Vicente Licínio Cardoso
Fonte:http://epf.rioeduca.net/crep/escola-primeira-rep/vicente_cardoso.htm

Só para conhecimento de quem me lê, não há só o CRIME CULTURAL de alijar a cultura da cidade no aspecto de nossa identidade negra; a escola foi criada em 1912 (24 de abril), é uma das escolas da 1ª república. Sua criação é da gestão de Benjamin Franklin Ramiz Galvão, um importantíssimo Diretor da Instrução Pública do Distrito Federal (Prefeito Bento Manoel Ribeiro Carneiro Monteiro). O prédio foi reconstruído em 1942, já com características escolanovistas. Isso basta?

Podia transcrever a carta do diretor da escola, não o faço pelas retaliações que ele e seus professores guerreiros podem sofrer. Eu, mais velhinha, já perdi o medo de "cara feia" faz tempo, não sou e nem pretendo ser política e não ando no arame. Digo o que penso. E peço que aqueles que me leem ajudem a divulgar o que está sendo feito com nossa cultura, numa cidade considerada PATRIMÔNIO CULTURAL DA HUMANIDADE.

terça-feira, 14 de maio de 2013

UMA INSTITUIÇÃO CENTENÁRIA ABRE AS PORTAS PARA VOCÊ

Dentro do Projeto Aprender nas Ruas a Professora Bia Albernaz teatraliza uma visita ao Instituto de Educação. Fiquei honrada com o convite para "contar histórias do Instituto", dividindo com as amigas Maria Carolina Granato e Regina Mysen as conversas sobre esta instituição centenária de formação de professores. Vários outros colegas participam, com seus saberes, compartilhando um pouquinho desta instituição. Vai ser muito bom. Espero você lá.


terça-feira, 7 de maio de 2013

DISCUTINDO O RIO DE JANEIRO: Maracanã, a travessia


Uma cidade em transformação não deve voltar ao passado, ao início do século XX, e esgarçar o tecido social. Naquele momento expulsaram os pobres do centro e do porto do Rio e fizeram com que a habitação popular se deslocasse para os morros e subúrbios, paralelas à linha do trem, alavancadas pela especulação imobiliária
Hoje, século XXI, a comunidade quer discutir, e deve, o que vai ser feito com a cidade e, principalmente com o bairro onde mora. Este é um direito conquistado pela população.
Não é dádiva, não é presente de autoridade.
Participe!