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domingo, 15 de julho de 2012

Escola Municipal Affonso Penna: Memórias




Ontem estive na Festa Junina (ou Julina?) de uma escola municipal centenária, que agora já há muitas nestas condições. Voltei ao convívio de um pedaço de chão que me traz recordações vívidas de um tempo  feliz ali passado.
A festa estava cheia de crianças, com pais tios e primos que encheram o pátio coberto para as ver dançar, fotografando cada minuto da dança, ou filmando de modo a assegurar, no futuro, as lembranças da infância.
Fui recebida pela mesma direção que ali me recebeu, e com quem tive a honra, o prazer e a alegria de trabalhar: Haydée e Carminha, ou Carminha e Haydée, não importa, além de amigas são assim, como essas duplas, onde um não existe sem o outro.
Sentada à mesa pude ver as famílias a receberem os brindes ganhos pelas crianças a cada brincadeira de que participavam. E a mesa se enchia com os brindes e as comidas típicas das festas juninas: bolo de aipim, paçoca, cuscus...
De vez em quando vinha uma criança com um salsichão, a mordiscar temerosa que o pedaço da guloseima caísse ao chão.
À entrada fui recebida calorosamente pelo professor de Educação Física, João. João estava sempre conosco a cada momento. Levaríamos as crianças a Copacabana para jogarem xadrez como peças vivas, lá estava ele. As crianças visitariam um museu, lá estava ele.
Revi Odete, nossa sempre sorridente servente, pau para toda obra: vamos mudar os móveis de lugar, e lá estava ela. Lembro aqui de nossa cozinheira, D. Léia. Saudades! Deve estar fazendo lá no céu o seu feijãozinho gostoso para Deus. Lembro o "Seu" Jorge. Onde estará ele? Aposentado, talvez...
Aquela escola sempre foi uma família. Dessas famílias grandes que o tempo e a geografia separam, mas quando juntos no mesmo espaço, se unem através de laços que se perpetuam para congregar.
Foi neste espaço, de aconchego, que me aposentei como professora municipal. Voltei lá muitas vezes, é difícil deixar a rotina e prazer deixarem de cotidianos...
Ontem, revi a festa de 85 anos. Na minha cabeça passou o filme, em VHS, que fizemos após ter mobilizado a escola inteira e levantarmos a história. Colhemos memórias de quem já passou por lá, como aluno, professor, diretor, e que hoje já não estão mais conosco. Ficaram no filme.Perpetuados. Memórias que nós, da escola, não selecionamos já que convidamos todos, para um chá, e tomamos os depoimentos. Todos emocionados. Lembranças de velhos, diria Ecléia Bosi.
Revi os 100 anos da escola, a entrega da Medalha Pedro Ernesto a Haydée e Carminha. Todos os que por lá passaram, emocionados, cada qual com suas memórias individuais de um tempo passado ali.
A festa junina me trouxe lembranças. Revi Henriette, Maria Helena, Georgina... Professoras excelentes com quem tive a honra de trabalhar e com quem aprendi muito, as duas primeiras ainda em atividade.
Foi bom voltar. Reviver. Trazer à lembrança, nostalgicamente, tempos felizes, tempos coletivos, onde o que nos unia, e une, é o amor à escola, criada em 1908, pelo próprio Affonso Penna que compareceu à cerimônia de inauguração (e os descendente, convidados a cada efeméride escolar, comparecem, com orgulho) onde D. Maria da Glória, sua primeira diretora, o recebeu, provavelmente, com o mesmo calor e alegria com que fui recebida ontem.

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